segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Ministerio Pastoral feminino

SOBRE O MINISTÉRIO PASTORAL FEMININO

Assim também, toda discussão a respeito da mulher na Bíblia deve reconhecer que esta última foi produzida em uma cultura patriarcal. "A auto-revelação de Deus na Bíblia foi dada em termos da própria cultura do ouvinte”. E também: "Deus proferiu sua palavra a um povo particular, num contexto e tempo particulares”. o fator cultural "está presente não só na auto-revelação de Deus na Escritura, como também em como a interpretamos." (cultural também está presente na maneira como traduzimos a Bíblia).
De fato, uma das questões mais importantes com respeito à interpretação e à tradução da Bíblia são os chamados "abismos hermenêuticos", entre os quais podemos citar o histórico-geográfico, o linguístico, o sociopolítico e o cultural. A Bíblia foi escrita durante 1.400 a 1.500 anos, por mais de 40 autores, em línguas que não existem mais, num ambiente marcado por regimes políticos, economias e culturas que quase nada têm a ver conosco (o último livro da Bíblia foi escrito há mais de 1.900 anos
Como exemplo, os textos de I Coríntios que se referem ao comportamento das mulheres durante o culto (11.3-16 e 14.33-35), só podem ser corretamente interpretados dentro do contexto cultural da sociedade corintiana em Corinto, nenhuma mulher que se prezasse ousava aparecer em público sem o véu, do contrário poderia ser julgada como desavergonhada e ser vítima de insultos e gracejos dos homens. Na verdade, as roupas masculinas e femininas eram muito parecidas, e o véu era importante para fazer diferença entre homens e mulheres. Só não usavam o véu as amantes dos cidadãos influentes, as adúlteras, que tinham a cabeça raspada como castigo, e as mil prostitutas sagradas do templo de Afrodite, em sua grande maioria, as mulheres eram analfabetas, incultas e tidas como pessoas a quem não se devia dar ouvidos. Aliás, normalmente elas não falavam em público.
Ao se converterem, as mulheres da igreja de Corinto experimentaram uma liberdade inusitada e algumas delas, ao participarem dos cultos, quando oravam e profetizavam, passaram a cometer exageros, tirando seus véus, soltando os cabelos (exatamente como faziam as prostitutas cultuais durante as suas práticas no templo de Afrodite) e falando em demasia. Portanto, o ensino de Paulo era pertinente àquele lugar, àquela época e àquela situação. O que se pode depreender dessa instrução extremamente localizada é o princípio, válido até hoje, de que o cristão não tem licença para transgredir desnecessariamente os costumes do seu próprio povo. A prática das irmãs corintianas estava trazendo escândalo e rejeição para o nome do evangelho. Os missionários transculturais frequentemente se deparam com o mesmo problema em seus campos de trabalho. O novo convertido não precisa nem deve romper com todas as regras da sua própria cultura.

A história da evangelização de Corinto (Atos 18) nos mostra que, muito provavelmente, os números 1 e 2 no rol de membros da igreja seriam Priscila e Áquila, assim mesmo, nessa ordem. Em cinco das seis vezes em que é citado esse casal, que colaborou extensamente no ministério de Paulo, os nomes aparecem nessa ordem. O destaque devia-se "à invulgar capacidade intelectual ou social de Priscila". Outro dado interessante é que em Cencréia, cidade portuária que distava apenas 13 km de Corinto, havia uma "diaconisa" chamada Febe, à qual Paulo faz um alto elogio na carta aos Romanos (Rm. 16.1,2 - A igreja de Cencréia certamente era originária da de Corinto). Ora, seria estupidez pensar que Paulo, cercado de colaboradoras tão ilustres como estas e outras citadas por ele em várias ocasiões, proibisse a liderança das mulheres nas igrejas, até mesmo porque, no texto citado acima, ele reconhece que as mulheres poderiam orar e profetizar, desde que usassem o véu (I Co. 11.5).
Quanto ao ensino de que o homem é a cabeça da mulher, quando ampliamos o seu contexto percebemos que não só Paulo como outros autores bíblicos estão se referindo à estrutura familiar, em que o marido deve assumir -- e a esposa deve reconhecer -- a posição de chefe. Entretanto, a mulher somente tem o dever de ser submissa a um verdadeiro líder e não a um déspota, ou -- no outro extremo -- a um covarde. Em Efésios 5.22-33, Paulo apresenta Jesus como modelo de líder para os maridos. Qualquer mulher se submeterá com prazer a um marido que a lidere como Jesus lidera a igreja. Mas creio que este ensino aplica-se apenas à família. Quanto às outras áreas da vida, como, por exemplo, a profissão, a religião, a cidadania, a educação, não há preponderância do homem sobre a mulher, ou desta sobre o homem.
Um outro problema de interpretação bíblica que envolve os elementos culturais são os chamados "silêncios" da Bíblia. A Palavra de Deus não se dirige diretamente a religiões como o hinduismo, budismo ou islamismo; nela não encontramos nenhum ensino específico sobre como agir diante da complexidade do mundo contemporâneo, com sua tecnologia, suas conquistas democráticas e individuais, ou suas questões éticas como a eutanásia e o aborto. Nesse sentido na Bíblia existem grandes "silêncios" sobre a mulher, a escravidão, a guerra e outros temas, visto que sua produção foi condicionada pela cultura do ambiente em que foi escrita. A inspiração das Escrituras não se deu em um vácuo. Assim, por exemplo, o fato de Jesus ter escolhido apenas homens para serem seus apóstolos não quer dizer que ele estava estabelecendo um padrão permanente para a sua igreja. Quer dizer apenas que ele agiu de acordo com os padrões culturais da época. Aliás, não poderia ser diferente, a menos que quisesse transformar seus planos em um fracasso retumbante. Discordamos daqueles que vêem no fato de o Novo Testamento mencionar apenas homens no ministério pastoral um padrão a ser seguido pela igreja. Quem sabe se as mulheres que provavelmente faziam o trabalho pastoral na igreja primitiva não foram citadas por causa da cultura patriarcal? Por exemplo, a palavra "diakonon", usada (assim mesmo, no masculino) para designar Febe em Rm. 16.1, também pode ser traduzida como "ministro". Por que traduzi-la como "serva" ou "diaconisa" para referir-se a Febe, e não como "ministra"? Por que Paulo usou a forma masculina?
Na questão cultural, Paulo agia sob dois grandes princípios, expresso claramente em várias passagens. Em primeiro lugar, o apóstolo usa abundantemente a expressão "em Cristo", que a NTLH traduz sempre por "nossa união com Cristo". Com isto ele quer dizer que, ao crer em Jesus como Salvador, o ser humano é trazido a uma nova condição como pessoa, em que há um rompimento com o passado. Assim, ele afirma em II Coríntios 5.17: "Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação; as coisas velhas já passaram, e surgiram coisas novas". Também em Gl. 3.27,28: "Porque todos os que em Cristo fostes batizados, de Cristo vos revestistes. Não há judeu, nem grego, não há escravo nem livre, não há homem nem mulher, porque todos vós sois um em Cristo Jesus." A independência econômica da mulher torna-se rapidamente um fato consumado, transformando o patriarcalismo em algo sem sentido. Dados recentes mostram que uma em cada quatro mulheres brasileiras que são mães é também chefe de família (aliás, trata-se de uma dupla jornada perversa: trabalham fora e dentro de casa, são mães e "pais").
Aqui torna-se oportuno mencionar o principal elemento desse cenário. É o machismo, para mim uma reação à extinção do patriarcalismo, uma elaboração ideológica de defesa da permanência das prerrogativas masculinas, em face do seu crescente declínio. Machista é aquele que não consegue perceber que perdeu (ou está perdendo) o papel de patriarca, uma figura que está se tornando obsoleta. O machismo puro e simples é um dos grandes obstáculos à promoção do ministério pastoral feminino no Brasil. A questão bíblico-teológica é, pois, o único terreno onde deve ser travado o debate sobre o ministério pastoral feminino. Como já disse anteriormente, não vejo no Novo Testamento nenhuma proibição explícita à investidura de mulheres no ministério pastoral. Repito também que o fato de o Novo Testamento mencionar que apenas homens exerciam o ministério pastoral, não pode ser tido como um padrão a seguir, pois não há nenhuma declaração explícita de que somente pessoas do sexo masculino poderiam exercer o pastorado. Na verdade, parece tratar-se de um "silêncio cultural", como já dissemos.

Concluo, então, que a investidura feminina no ministério pastoral somente deve submeter-se aos mesmos critérios bíblicos estabelecidos para qualquer pessoa que aspire ao ministério pastoral. Para exercer o ministério pastoral: a ocorrência de uma chamada, a existência de uma missão e o preenchimento de uma lista de qualificações espirituais e morais.
Desde já homenageio todas as mulheres que se encontram no campo missionário que tem feito um papel pastoral junto as almas sedentas, ariscando a própria vida, doando a sua juventude, não podendo a ser comparado a homens arrogantes que falam de coisas alicerçadas em seus achismos no conforto do seu quarto sendo senhores da verdade intitulam-se oráculos do próprio de Deus. Também homenageio a minha esposa também Pastora que tem sido uma mãe incomparável uma companheira que tem cuidado de nós com mãos pastorais. As mulheres servem para fazerem de tudo; Elas cantam, pregam, limpam o templo, seguram toda barra, são as mais fieis, tendo em vista que são maioria nas igrejas. “Infelizmente só não servem para serem pastoras”, segundo argumentos infundados de alguns machistas de plantão.

domingo, 18 de julho de 2010

A PARÁBOLA DA FLORESTA

“Certa vez houve uma inundação numa imensa floresta. O choro das nuvens que deveriam promover a vida dessa vez anunciou a morte. Os grandes animais bateram em retirada fugindo do afogamento, deixando até os filhos para trás. Devastavam tudo o que estava à frente. Os animais menores seguiam seus rastros. De repente uma pequena andorinha, toda ensopada, apareceu na contramão procurando a quem salvar.
As hienas viram a atitude da andorinha e ficaram admiradíssimas. Disseram: ‘Você é louca! O que poderá fazer com um corpo tão frágil?’ Os abutres bradaram: ‘Utópica! Veja se enxerga a sua pequenez!’ Por onde a frágil andorinha passava, era ridicularizada. Mas, atenta, procurava alguém que pudesse resgatar. Suas asas batiam fatigadas, quando viu um filhote de beija-flor debatendo-se na água, quase se entregando. Apesar de nunca ter aprendido a mergulhar, ela se atirou na água e com muito esforço pegou o diminuto pássaro pela asa esquerda. E bateu em retirada, carregando o filhote no bico.
Ao retornar, encontrou outras hienas, que não tardaram a declarar: ‘Maluca! Está querendo ser heroína!’ Mas não parou; muito fatigada, só descansou após deixar o pequeno beija-flor em local seguro. Horas depois, encontrou as hienas embaixo de uma sombra. Fitando-as nos olhos, deu a sua resposta: ‘Só me sinto digna das minhas asas se eu as utilizar para fazer os outros voarem’.”
AUGUSTO CURY
*Extraído de “O Vendedor de Sonhos – O Chamado” – São Paulo: Editora Academia de Inteligência, 2008.

APLICAÇÃO DA PARABOLA PELO AUTOR DO BLOG.

Enxergo o cristianismo como uma grande chuva que deveria trazer vida, porém muitas vezes para alguns tem trazido a morte.
Após a reforma protestante, a revolução que mudaria tudo, inclusive dez séculos de trevas em um regime totalmente tirano. O que indicava o fim de um período que estagnou a humanidade em ciência, arte, conhecimento e espiritualidade. Homens que romperam com o domínio romanista, indo contra a uma “verdade” imposta, por meio da persuasão e na maioria das vezes pela força caso fosse julgado necessário. Porém Deus levantou andorinhas, os precursores da reforma sendo os principais: João Wyclif e João Huss. Mesmos esses não conseguiram superar o legalismo religioso, foram queimados vivos, por se colocarem como “andorinhas”. Finalmente anos depois surgem às “andorinhas” que fariam a diferença são esses: Lutero, Ùlrico Zwinglio, Guilherme Farel, João Calvino e John Knox. Hoje pergunto onde estão as “andorinhas”.
Ao acionar o meu televisor, só consigo ver as hienas e os abutres e infelizmente o pobre beija-flor afogando-se. Eles vendem um evangelho barato um cristianismo não muito diferente do romano (Católico), há uma concorrência por horários é uma guerra épica, vivem se alfinetando uns aos outros. Vendedores de bênçãos e curas, o que é diferente do antigo sistema (romano)? Apenas são mais profissionais na técnica do engano e menos violento se tratando da ação física, porém compensando com domínio psicológico. Esses grandes animais (hienas e abutres), não se podem esperar muito deles, pouco se preocupam com o próximo, buscam destaques na mídia e a companhia de pessoas poderosas ( políticos ou grandes empresários), detém o dinheiro e com isso a melhor assessoria jurídica possível, sempre prontos para liberarem de qualquer ação ou criticas, também estão preparados para processar qualquer um que tente manifestar-se contra a sua tirania. Também nos tornaremos animais (hienas e abutres), se ficarmos inertes (conformados), diante de tais situações.
Vejo com esperança algumas ”andorinhas” com John Pipper, Caio Fábio, Hernani Dias Lopes e outros combatentes dessa teologia diabólica(Teologia da prosperidade). Como “andorinhas” eu lhe convido para voarmos juntos e fazermos outros voarem. Não tornaremos heróis e muito menos entraremos nos anais da história tais quais os reformadores, e de maneira anônima sobrevoaremos com as nossas asas encharcadas, porém dignas, na contra mão, procurando a quem salvar (com a pregação do reino de Deus)

sábado, 17 de julho de 2010

O Cristão e a Sexualidade

A Bíblia considera o sexo como um brinde ao amor conjugal, uma magnífica experiência plena de amor em profunda expressão de alegria, deleite e dinamismo. A sexualidade foi um presente dado por Deus aos seres humanos para a sua felicidade. Dentro do casamento, o sexo é um poderoso fator de união, prazer e intimidade. Os casais felizes devem sempre investir neste aspecto do seu relacionamento. E o que tem acontecido com boa parte dos casais casados? Um ou outro tem trazido para o leito de prazer comportamento e princípios sexuais completamente mundanos, de quem ainda não recebeu o Espírito de DEUS, tais como agressão moral e física consentida, certas práticas animalescas (assistir filmes pornográficos) etc. Em outro extremo, homens ou mulheres cristãos, que pensam ter se transfigurado em anjo, também deixam de viver a plenitude sexual no casamento por pensarem infringir as leis divinas de santidade. Existem casos em que o marido não permitia que a esposa nem olhasse para ele no momento do ato sexual e nem tocasse em seu corpo. E em outros casos quando a esposa sugeriu uma nova posição, o marido a taxou de “suja” e “cheia do espírito de Jezabel”. Tal postura é reflexo do modelo de igreja ortodoxa e ultrapassada que influenciou o pensamento de muitos, e na qual o tema sexo era completamente ignorado. Um caso como esse só pode ser concebido pela ótica da ignorância e do preconceito com a companheira, onde a mesma é tratada como um mero objeto de reprodução e de satisfação de um apenas, e também se confunde submissão com escravidão. Uma pessoa que se casa com a idéia retrógrada do ato sexual tem muita dificuldade de deixar que o conjugue participe desse espaço de comunhão. Por isso, o debate salutar da sexualidade é importante e deve permear as prioridades essenciais das igrejas cristãs contemporâneas. Caso não haja uma boa harmonia no ato sexual, o casal deve buscar o mais rápido possível ajuda profissional e pastoral, além de participar de encontros de casais na igreja. Sexo é uma questão puramente pessoal, educacional, cultural e espiritual (para os cristãos), que não pode ser imposta como regra geral, mas que deve ser compartilhada com o companheiro. O que deve haver são regras de conduta (moral), cada qual respeitando os anseios que ambos desejam atingir no ato sexual. Por fim, é preciso saber que no casamento o sexo não pode ser partilhado apenas como “descarga das tensões” do dia-a-dia, mas como um exercício de amor e de prazer pelo próximo, e quando praticado de forma egoísta, destrói o afeto e quebra o compromisso conjugal. Ninguém tem o direito de entrar no quarto do casal para dizer o que se pode e o que não se pode, mas tem muita gente fazendo isso. Devemos deixar tais assuntos com profissionais especializados e de preferência cristãos.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Divórcio e a Bíblia


O REGIME ORDINÁRIO

Olhando agora o Novo Testamento, encontramos as palavras de Jesus sobre o divórcio nos três evangelhos sinópticos (Mt 5.31,32; 19.3-9; Mc 10.2-12; Lc 16.18).
Os judeus queriam saber a posição de Jesus sobre o divórcio em relação às duas escolas rabínicas: ele era a favor da opinião liberal de Hillel ou da linha mais severa de Shamai?
Se tivéssemos somente a resposta de Jesus registrada nos evangelhos de Marcos e Lucas, poderíamos interpretá-la assim: “Não sou a favor nem de um nem de outro; voltem ao propósito original de Deus que não admite divórcio em hipótese alguma (o que Deus ajuntou não o separe o homem)”. O que podemos afirmar, entretanto, é que essas passagens tratam do regime ordinário, ou seja, do casamento à luz do plano de Deus antes do pecado, e que define a norma para os casamentos no regime da Nova Aliança. De acordo com o texto em Marcos, que é mais completo essa norma pode ser resumida da seguinte forma:
Primeiro: qualquer que repudiar a sua mulher e se casar com outra adultera;
Segundo: o que se casar com a repudiada adultera;
Terceiro: se a mulher repudiar o seu marido e se casar com outro, adultera.
A atitude do discípulo de Jesus não deve ser de buscar uma brecha, uma permissão nas Escrituras ou nas palavras de Jesus para justificar o divórcio. Devemos crer que a obra perfeita de Jesus permite que voltemos à planta original de Deus para o homem.
Além das passagens nos evangelhos, há mais dois textos no Novo Testamento que falam sobre o divórcio. Romanos 7.1-3 descrevem o regime ordinário (casamento sem opção de divórcio), embora seja mais uma alegoria da vida espiritual do que uma afirmação doutrinária. Em 1 Coríntios 7, antes de falar sobre outras situações no casamento, Paulo define o padrão que Deus espera dos cristãos nos versículos 10 e 11.
O REGIME DA EXCEÇÃO

Quem já estudou alguma coisa sobre divórcio no Novo Testamento sabe que no evangelho de Mateus encontra-se a famosa cláusula de exceção, que não consta na resposta de Jesus nos outros dois evangelhos. “Eu, porém, vos digo: Quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra, comete adultério…” (Mt 19.9).
Deus não planejou o divórcio quando criou o casamento. Entretanto o pecado entrou e trouxe infidelidade, egoísmo e destruição para o casamento. Moisés permitiu (não ordenou, como disseram os fariseus) o divórcio por causa da dureza dos corações, dureza essa que existia mesmo entre o povo escolhido de Deus (Mt 19.8). Da mesma forma, Jesus admitiu uma exceção ao padrão perfeito e original de Deus, mas deixou claro que era uma exceção muito limitada. Com isso, possivelmente estivesse concordando com a escola rabínica de Shamai e condenando a interpretação liberal de Hillel. Quanto ao padrão normal do casamento, Jesus reafirmou o propósito original de Deus antes do pecado; quanto à possibilidade de quebra da aliança por causa do pecado, concordou com a lei de Moisés, que permitia divórcio somente no caso de impureza, mas rejeitava as interpretações distorcidas dos liberais.
Embora para Deus a aliança do casamento tenha natureza indissolúvel (“tornando-se os dois uma só carne”), Jesus reconheceu que existem atos tão sérios que chegam a quebrar a aliança. É importante, porém, tratar este assunto com muita responsabilidade e temor de Deus, pois não é qualquer situação que pode ser enquadrada no “regime da exceção”. Em toda a Bíblia, seja em relação ao divórcio no sentido literal, seja em relação ao sentido figurado de quebrar nossa aliança com Deus, esse assunto é tratado com a mais séria gravidade. Deus odeia toda e qualquer violação de aliança (Mt . 2:16).
Aplicação

Muitos erros são cometidos por tratarem-se todos os casos de forma igual. Se você tratar um caso de exceção somente com os versos do regime ordinário, você estará fazendo um uso equivocado dos versos onde aparece o regime ordinário, não importa em qual livro esteja escrito na Bíblia. Podemos ter todos esses versos marcados, porém não se aplicam no caso de exceção; aplicam-se a todos os demais casos onde não se requer a exceção. Do contrário, a exceção não seria a exceção .Se você aplicar o regime ordinário onde o Senhor disse: “salvo neste caso”, então você estará passando por cima do Senhor Jesus, colocando uma carga mais pesada do que o próprio Senhor colocou. Porque o Senhor Jesus, sim, estabeleceu uma exceção que você está ignorando por outro lado, é importante ressaltar que a exceção não significa que a pessoa esteja obrigada a repudiar ou a divorciar; pode perdoar. Não é uma ordem, é uma permissão, que em nada revoga o desejo prioritário e fundamental que Deus tem de preservar, sempre que possível, o casamento. Também é importante enfatizar que a existência de uma exceção não abre as portas, como fazia o rabino Hillel, para permitir o divórcio por qualquer motivo. Existe uma exceção, sim, que não é obrigatória (pois mesmo nos casos cobertos pela exceção, o casamento ainda pode ser preservado pela graça de Deus), e é bem restrita: somente no caso de fornicação (relações sexuais ilícitas) é que um cônjuge pode repudiar o outro. Qualquer outro motivo, segundo Jesus, é causa de adultério, tanto para quem repudia como para quem casa com o repudiado.
Conclusão:
Nós concordamos quanto ao assunto divórcio, houve concordância de Jesus com a linha rabínica de Shamai. Porém, sobre o recasamento, Jesus deixou claro nas entre linhas o pensamento do reino. No verso 9 do cap. 19 de Mateus “Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição(porneia), e casar com outra comete adultério; e o que casar com outra comete adultério; e que casar com a repudiada também comete adultério”. No verso 10 repara-se que eles entenderam o recado e a nova instrução. “ Disseram-lhe seus discípulos: Se assim é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar”. Tal pensamento, não afligiria tanto aos discípulos, caso fosse à continuidade da linha rabina Shamai, apesar de rígida, porém suportável, o que levaria a afirmação?, “não convém casar”. No verso 11, Jesus afirma que não é fácil receber essa palavra, mas só aqueles a quem foi concedido a recebê-la .Tenho certeza que Jesus não tinha a intenção, apenas de concordar com a linha rabínica existente e ensinar que devemos levar a vida toda com os mesmos cônjuges e tendo o direito apenas de separa-se em caso de adultério. E tal condição não foi à preocupação dos discípulos. No verso 12 , é clara a preocupação deles! com certeza eles entenderam o teor da conversa. “ Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmo por causa do reino dos céus. Quem pode receber isto, receba-o” . Por que um assunto tão assustador sobre “eunucos”?. Entende-se que o assunto mudou! Era acerca do divórcio e passou a ser sobre castração a favor do reino. Portanto nem mesmo a linha “rígida” rabínica Shamai, citava essa argumentação. O fato que as regras rabínicas levantavam uma idéia sobre o divórcio, e o que Jesus despertou foi há impossibilidade do recasamento. Entendemos que não são poucos os que seguem a linha rabínica de Hillel, inclusive muitos líderes, a maioria divorciados, com tudo isso eles tem a coragem de pregar e palestrar sobre o assunto (casamento). Outros seguem a linha rabínica Shamai,portanto,não são poucos os que difamam os cônjuges com títulos de adúlteros, para adequar-se a legalidade de tal linha e a sua conveniência momentânea. Penso que nenhuma aliança, feita diante de Deus, deveria ser quebrada e caso aconteça, deve-se estar preparado para pagar o preço. Quebra de aliança não pode ser comemorada com véus e bufes, e sim com arrependimento. Reconheço que existe alguns ministérios que exageram, sugerem a membros a separar-se depois décadas de convivência para cumprir a legalidade do “reino” (segundo eles). Entendo que não devemos contar o tempo da ignorância, porém após entendermos, já deixamos de sermos ignorantes, portanto, para nós está valendo a partir dessa leitura. Desculpe-me pelo tamanho da escrita, porém para se falar de um assunto como divorcio, é necessário, sair do argumento do “eu acho” e usar de fato uma pesquisa bíblica mais profunda. Shalom Adonai!!!




segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Reino ou Império?


Muitos podem dizer que foram chamados, mas as suas atitudes não são proporcionais a esse “chamado”. Quanto à proliferação dessas igrejas ditas “evangélicas” é natural, pois, os seus lideres anteriores, não os estimulavam a estudarem, nem mesmo um curso básico teológico, intitulam a teologia como o fim de suas vidas espirituais. Devido ser muito fácil manipular, aqueles que não detêm o conhecimento, preferem gerar um deserto intelectual entre eles e seus liderados, tais distâncias intelectuais evita um possível racha de grande proporção. Na grande verdade eles temem a concorrência. O fato que ser Pastor virou profissão, ser pastor virou um negocio, Já ouviu falar de “Pastor itinerante”. Prestem atenção, não estou dizendo “pregador itinerante,” apesar achar também um absurdo, em uma oportunidade assistimos um pastor “famoso” declarar que era “pastor itinerante”. Estou falando de pastores Autônomos, existem também pastores camelôs (ambulantes). Vivem em praças públicas falando a meio a multidão, (sem atenção do público), porém apenas dois ou três estão fechados com eles, nesses casos e não sei quem é mais doido o líder ou os possíveis liderados. Existem os médios empresários ( Igreja com no Maximo 100 a 200 membros)tive a infelicidade, de participar por alguns meses, de um desses ministérios. Como funciona nesses casos, a entrada é entre 6000 a 10.000 reais (bruto). Esses lideres constantemente preocupam-se de saber quantos vieram ao culto, quando fora da loja por algum motivo ligam todo tempo para corpo ministerial. A preocupação não é com as almas, mas sim com as possíveis baixas nas ofertas dos membros, porque isso pode desfavorecer futuramente a entrada das ofertas e dízimos. Se você for um visitante, as portas são abertas para você. Porém se tornar membro e tiver qualquer tipo de talento que possa concorrer ou dividir a admiração das pessoas, imediatamente você é expulso. Os seus ministros são ordenados somente aqueles que não podem lhe ameaçar de alguma forma. Não formam discípulos e sim zumbis, não são aptos para ensinar porque não aprenderam. Trazem um discurso fora de contexto de uma obediência cega; como podemos ter lideres preparados em quanto a igreja for enxergada como um negocio de família. Já as megas igrejas, tratam o negocio muito mais profissional e organizado, preparam lideres tremendos mestres e doutores (no engano). Os investimentos sobre tais lideres, são avaliados por meio de técnica vocacionais; são separados os mais ambiciosos e orgulhosos. Fazem uma lavagem cerebral Alá Hitler (nazista). A um plano de carreira, como uma grande multinacional (tipo marketing de rede) Conforme a sua fidelidade e dedicação, o individuo pode torna-se Bispo (ou similar) e ocupar catedrais desejadas, até mesmo no exterior, veja bem o chavão “só depende de você”. Não estou dizendo que está tudo perdido, há esperança, eu creio e um grande avivamento, como aconteceu na época dos puritanos. Vamos voltar para a palavra, vamos colocar a Bíblia a onde ela deve estar, em primeiro lugar na vida dos salvos .Vamos jogar no lixo essa “teologia da prosperidade” que tem construídos grandes milionários(apenas os vinhateiros). Quanto ao reino de Deus, está muito longe de fazerem a vontade. Portanto e não sei quais são os piores e mais envergonham o evangelho, os que não sabem nada (teologia) ou os que sabem demais (Vinhateiros).Amigos posicionem-se, veja aqueles que estão ao seu lado, ligue o televisor observem, vejam os cultos que nós freqüentamos, faça uma leitura sincera da realidade, sinto-me às vezes em um grande comercio, está muito longe de ser o reino do Cristo, em sim o império oferecido por Satanás no deserto. "E o diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe, num momento de tempo todos os reinos do mundo" (Lc 4: 5). E esse que eles chamam de reino, um verdadeiro império babilônico. Há uma esperança, está em nós, em mim e em você, reparem os misticismos e as mentiras que cercam esses ministérios, é necessário voltarmos para verdadeira leitura e interpretação bíblica, façamos como Lutero em sua época, apesar de ocupar uma posição de destaque em sua denominação, foi sincero com ele e com Deus, promoveu o inicio que seria a maior mudança cultural e espiritual que o planeta já provou. Ainda que estejamos em nossos cargos eclesiásticos, com certeza são cargos menores que o de Lutero, não vamos aceitar essas indulgências evangélicas, com o fim de tirar a verdadeira essência do Cristo na vida do homem. Deus não precisa dessa ajuda, azeitona benzida, óleo de Israel, horas tocando a mesma musica (e chamam de louvor) parece um mantra, com mesmo intuito do mantra, levar-nos ao estado hipnótico. Não somos contra o oculto avivado, porém cremos em uma adoração racional, não em um culto epidérmico (apenas sentimental) promovido por muitos para escravizar o entendimento. Convoco-lhes para uma nova reforma, dessa vez será puramente espiritual, temos igreja demais o que está faltando é do trigo, não vamos perder a nossa individualidade, sejamos inteligentes e adoradores verdadeiros. A proposta de Deus e o adorarmos em Espírito e em verdade podemos dizer que essa adoração e verdadeira? Ou nela a espiritualidade? Sholom.